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Apresentação do Livro

Sindicato dos Metalúrgicos de Aveiro Da Fundação à Actualidade

No passado dia 18 de Fevereiro, pelas 16 horas, o salão do Sindicato dos Metalúrgicos, com Sede na Freguesia de Rio Meão, Concelho da Feira, encheu-se de actuais e de antigos quadros sindicais, para participar na apresentação do Livro com o título- “Sindicato dos Metalúrgicos de Aveiro Da Fundação à Actualidade”- da autoria do camarada Joaquim Almeida/Quim Almeida, editado pelo Sindicato dos Metalúrgicos (SITE-CN).

A mesa foi constituída pelo Coordenador do SIT-CN, Júlio Balreira, que presidiu à sessão, pela professora de História, Maria Manuela Antunes da Silva, que apresentou o livro, e naturalmente pelo autor do trabalho, Joaquim Almeida.

Manuela Silva, entre muitas outras considerações, afirmou que “Foi um verdadeiro prazer ler o livro “Sindicato dos

(O livro de Quim Almeida pode ser adquirido no SITE Centro Norte, Rua Padre Américo, 1, 4524-907 RIO MEÃO ou na União dos Sindicatos de Aveiro, na Av. Dr. Lourenço Peixinho, n.º 173 - 5.º Andar em Aveiro)

Metalúrgicos de Aveiro – da Fundação à Atualidade”, de autoria de Joaquim Almeida e acompanhar a fase final da sua execução. É uma honra responder a este convite para fazer a apresentação deste documento histórico da mais elevada importância, não só para o estudo do sindicalismo em geral e do distrito de Aveiro em particular, mas também para o aprofundamento da história de Portugal, dos séculos XX e XXI.

E o que é que faz deste livro um documento de tal importância?

Antes de mais, porque foi pensado e escrito por alguém, que foi temperado pela vida e pelo trabalho, desde tenra idade

(desde os 11 anos) e pela difícil e dura realidade dos trabalhadores e do povo explorado e amordaçado pela ditadura fascista. O Quim Almeida, como muitos outros jovens, foi também sujeito à violência de uma guerra colonial injusta, mas viveu intensamente, o ambiente de debate político, de contestação, de luta, de novos avanços na organização dos trabalhadores, que marcou os finais dos anos 60 e primeiros anos da década de 70.

Aí o temos a participar ativamente na “Comissão dos Metalúrgicos de Aveiro” que, naquele tempo, desenvolveu junto dos trabalhadores uma tal movimentação de massas, que fez tremer a Direção Corporativa do Sindicato e a própria estrutura regional do Instituto Nacional do Trabalho e Previdência, tendo sido os próprios ativistas objeto de perseguições e prisões, pela PIDE, como foi o caso de José Torres da Fonseca e Alcino Fernandes Pais, como se comprova documentalmente neste livro.

Joaquim Almeida era, pois, um dos “metalúrgicos subversivos”, como eram apelidados pelas Direções fantoches do Sindicato.

Depois do 25 de Abril, Quim Almeida é um dirigente de grande importância, no sindicalismo português, como destacado dirigente metalúrgico, coordenador da União de Sindicatos de Aveiro e dirigente da Comissão Executiva da CGTP.

Em todos os momentos, Joaquim Almeida esteve na primeira linha da luta dos trabalhadores portugueses e da defesa da democracia.

Este livro, agora publicado, é uma história, feita de “estórias”, cuja temática é “O Sindicato de Metalúrgicos de Aveiro – da sua fundação à atualidade”, onde se narram acontecimentos significativos, de cerca de 9 décadas, procurando contextualizar cada momento histórico, com o rigor de quem investiga e com a força de quem revive as suas próprias memórias. Este livro exigiu muita pesquisa. Digamos que as atas da direção e das AG do Sindicato foram investigadas à exaustão, para além de outras fontes fundamentais para o conhecimento e a contextualização do tempo histórico em que se desenrola a ação, os cenários em que decorre, os protagonistas que lhe dão vida.

Aliás, os grandes protagonistas deste livro são os trabalhadores metalúrgicos, e mais recentemente os trabalhadores das várias Indústrias Transformadoras, de Energia e de Ati­vidades do Ambiente do Centro Norte, que integram o Sindicato, bem como os vários sindicalistas que, ao longo do tempo, tiveram um ativo papel na defesa dos trabalhadores (e que são todos nomeados neste livro), conferindo-lhe a natureza de uma gesta coletiva, cujo autor é mais um entre muitos.

A modéstia do autor em relação a si próprio e ao papel que desempenhou está bem patente, ao longo de todo o texto, e, desde logo expresso na dedicatória que faz, e que, pelo seu significado, vou citar: “A todos aqueles que tornaram possível este trabalho, em especial aos Sindicalistas e velhos militantes do PCP, ao António Augusto Silva (Tenente) e ao José Torres da Fonseca, entretanto já desaparecidos, manifestamos o nosso profundo apreço pelo que fizeram e arriscaram das suas vidas, em prol dos operários metalúrgicos e do nosso Sindicato.”

O autor abre o livro com esta dedicatória e encerra a narrativa com um louvor ao trabalho, de cada um individualmente e de todos coletivamente, daqueles que continuam a dar corpo a este sindicato. E cito: “Por isso, aqui se regista o merecido apreço e se reconhece o valor de todos os sindicalistas, homens e mulheres das mais variadas tendências políticas e credos religiosos que, desde a base até aos órgãos mais responsáveis, participaram e participam na vida e na luta do seu Sindicato e da CGTP-IN, em prol da unidade, da defesa dos direitos e da melhoria das condições de vida e de trabalho dos metalúrgicos, bem como dos trabalhadores portugueses, em geral. Neste capítulo, regista-se igualmente o esforço e a dedicação dos funcionários administrativos, bem como do contencioso do Sindicato, no pós 25 de Abril, ao serviço dos direitos e interesses dos associados metalúrgicos.”

Já Joaquim Almeida, começa por dizer na nota de autor, que o livro, embora bastante trabalhoso e exigente, pela responsabilidade e pelo rigor que os seus conteúdos implicam, constituiu um grande desafio, que aceitou com muito gosto.

Depois, alerta que o texto do livro não pretende ser mais do que um contributo sobre os aspectos fundamentais da história do Sindicato dos Metalúrgicos de Aveiro, desde a sua criação até à actualidade, para registo e memória colectiva dos associados.

Acrescenta que subsidiariamente, tendo em conta o seu valor histórico, ainda que relativo, o livro será também um trabalho de interesse para os restantes sindicatos do sector e para todo o Movimento Sindical Unitário.

Refere que não é um livro sobre sindicalismo em geral, mas, tão-somente, uma reflexão sobre os acontecimentos mais relevantes e os momentos fundamentais que se registaram na vida e na história do Sindicato, à luz das várias fases políticas que o país atravessou, da intervenção e posicionamento político-sindical dos diversos protagonistas, que dirigiram o Sindicato, em cada um desses momentos.

Para melhor contextualizar os acontecimentos mais relevantes da história do Sindicato, a intervenção e posicionamento político dos diversos protagonistas, Joaquim Almeida recorreu a diversas fontes de informação, relacionadas directa ou indirectamente com a área sindical (ver bibliografia), a diversos testemunhos de antigos e actuais dirigentes sindicais e à memória do próprio autor deste trabalho, que viveu, testemunhou e entreviu, em muitos dos acontecimentos relatados.

Adianta que esta experiência, porventura única nos sindicatos do sector, tem como finalidade imediata fornecer elementos de carácter informativo e formativo, particularmente aos quadros sindicais, sobre a história colectiva do nosso Sindicato, desde a sua fundação até à actualidade.

Este trabalho está dividido em três fases fundamentais.

Numa primeira fase, Joaquim Almeida, procura retratar e contextualizar os aspectos essenciais do comportamento do Sindicato, durante a ditadura fascista, desde a sua fundação em 1938 até ao 25 de Abril 1974. Procura analisar igualmente o posicionamento e o relacionamento das diversas direcções do Sindicato, durante aquele período, com os trabalhadores, o patronato, o regime fascista e a Igreja Católica.

É ainda examinada, política e sindicalmente, a actividade reivindicativa e o extraordinário papel que desempenhou, na mobilização dos trabalhadores, a Comissão de Metalúrgicos de Aveiro, que surgiu no final da década de sessenta.

Numa segunda fase, que vai desde o 25 de Abril de 1974 a finais 1977, reflecte sobre o papel do Sindicato no período contra-revolucionário, sobre a tentativa de divisão do movimento sindical, a “santa aliança” entre o PS, PSD, CDS e alguns grupos esquerdistas, designadamente a LCI, o MRPP e a UDP, contra a Intersindical e o Sindicato.

Numa terceira,  e última fase, que vai de 1978 até à actualidade, analisa o posicionamento e o papel do Sindicato no  processo de recuperação capitalista,  a sua luta contra a política de direita e por uma  política de esquerda, que  valorize o trabalho e os trabalhadores.

 

Termina a nota de autor, com o desejo que trabalho concretizado corresponda aos objetivos que levaram á sua realização de informar e formar, particularmente os quadros sindicais, para que, conhecendo melhor a história do Sindicato, possam ficar mais habilitados para intervir e desenvolver a actividade sindical nos locais de trabalho e em outros espaços de intervenção social e política.

 

A Direcção da União.

Março/2016

 

O livro de Quim Almeida pode ser adquirido no SITE Centro Norte, Rua Padre Américo, 1, 4524-907 RIO MEÃO ou na União dos Sindicatos de Aveiro, na Av. Dr. Lourenço Peixinho, n.º 173 - 5.º Andar em Aveiro

Actualizado em (Quinta, 21 Abril 2016 20:37)