PostHeaderIcon Evocação no dia 3 de Janeiro de 2014 da fuga da fortaleza de Peniche

Álvaro Cunhal

Comemorações do Centenário

Com a evocação no dia 3 de Janeiro de 2014 da fuga da fortaleza de Peniche, e com um grande comício no dia 4 na mesma localidade, culmina esta fase das comemorações do centenário do nascimento de Álvaro Cunhal, iniciadas em Janeiro de 2013 com o Lema vida, pensamento e luta: exemplo que se projecta na actualidade e no futuro.

Esta iniciativa em Peniche, interliga-se já com a abertura das importantíssimas comemorações do 40º Aniversário da Revolução do 25 de Abril.

São de enaltecer, o imenso número de iniciativas realizadas por todo o país, em torno do Centenário, organizadas pela Comissão das Comemorações, pelas estruturas regionais do seu Partido, Sindicatos e demais organizações de trabalhadores, autarquias, colectividades desportivas e culturais, escolas, comissões de cidadãos, entre outras, nas quais participaram milhares de portuguesas e portugueses, com concepções ideológicas diversificadas, com ou sem partido, que fizeram questão de homenagear Álvaro Cunhal.

Este enorme movimento à volta das comemorações, confirmou o prestígio e o respeito granjeados por Álvaro Cunhal, enquanto pessoa, militante e dirigente comunista, intelectual e artista, enquanto lutador, a tempo inteiro, contra a exploração e pelos direitos dos trabalhadores, contra o fascismo e pela liberdade, pela democracia e pelo socialismo.

Confirmou igualmente, o prestígio e o respeito de que desfruta o seu partido de sempre, o PCP, para cuja formação e identidade ideológica Álvaro Cunhal contribuiu de forma decisiva, identidade ideológica que explica e garante a vida longa do PCP, bem como a sua influência social, politica e eleitoral, não obstante as diversas certidões de óbito que os seus detractores já lhe passaram.

Como não podia deixar de ser, o papel de Álvaro Cunhal na organização e na luta dos trabalhadores, antes e depois do 25 de Abril, mereceu um espaço relevante nas diversas iniciativas organizadas em torno do Centenário.

Aí foram relembrados e confirmados os contributos de Álvaro Cunhal para a definição da linha política sindical do PCP, como foram relembrados e confirmados os seus contributos para a unidade a organização e a luta dos trabalhadores, antes e depois do 25 de Abril, bem como para estrutura orgânica do que é hoje a CGTP-IN.

O debate em torno das comemorações permitiu, finalmente, cimentar a certeza de que os contributos e acção de Álvaro Cunhal, e a luta corajosa e abnegada do PCP, foram o motor impulsionador seja na luta pela liberdade nos sombrios anos da ditadura fascista, seja na Revolução de Abril, seja na instauração e na defesa da democracia até aos dias de hoje. Não fosse a inabalável convicção ideológica e coragem física de Álvaro Cunhal e a luta corajosa do PCP desde a sua criação, a história do nosso país seria seguramente diferente.

Esta fase das comemorações do centenário, verifica-se num quadro em que o capital está a desenvolver uma fortíssima guerra contra os direitos dos trabalhadores e os Sindicatos de classe.

 

Como defendia Álvaro Cunhal, encontrar a capacidade, a força, a iniciativa, a resposta criativa à nova situação e aos novos problemas no reforço de aspectos fundamentais da identidade do movimento sindical unitário, nomeadamente a sua natureza de classe, a sua autonomia, a sua unidade e a sua democracia interna, só possível com o esforço máximo de ligação e participação dos trabalhadores, demonstrando que os sindicatos de classe não só são necessários como são mais necessários que nunca, é o caminho a prosseguir.

 

Esta fase final das comemorações do centenário verifica-se, igualmente, num contexto de declínio económico, desemprego, retrocesso social, de descaracterização do regime democrático, perda de soberania, em resultado de quase 40 anos de política de direita desenvolvida pela acção de sucessivos governos do PS, PSD e CDS, política determinada pelos interesses do grande capital e subordinada à integração capitalista na União Europeia.

 

Por isso, no imediato, há que prosseguir e intensificar a luta por uma política de esquerda, contra a política de direita e o chamado Programa de Assistência Financeira - um verdadeiro Pacto de Agressão dirigido contra os trabalhadores, contra o povo e contra o País.

 

Em termos de futuro, mas inseparável da acção pelo presente, há que continuar no caminho da construção de uma sociedade humana, justa, onde não haja lugar a exploradores e explorados, pela qual, Álvaro Cunhal tão abnegadamente lutou.

 

 

Dezembro/2013

Actualizado em (Domingo, 26 Janeiro 2014 14:56)