Na passagem de mais um aniversário dos massacres de Chicago, há 136 anos, que estiveram na origem do 1º de Maio, e do 48º aniversário do 25 de Abril que teve a sua maior consagração nesse 1º de Maio de 1974, com milhões de trabalhadores na rua a exigirem e conquistarem direitos sociais e laborais, saudamos os trabalhadores que, por todo o mundo e em Portugal, lutam por melhores condições de vida e de trabalho.

Mário Reis, Coordenador da Direcção Distrital Interjovem Aveiro/CGTP-IN, referiu que grande parte dos jovens trabalhadores padece de um problema que tende a agravar, "mês a mais para salário a menos" e acrescentou que a juventude é o Futuro deste Pais, mas não nos podemos esquecer que só com luta e com uma forte espinha dorsal e carácter, seremos capazes de reverter as injustiças que existem, todos os dias nas empresas e nos locais de trabalho, e com a luta defendemos Abril, a democracia, a liberdade e os nossos direitos sociais que à muito tem vindo a ser esmagados.

Mário Reis arrematou a sua intervenção  chamando à atenção para um flagelo que estamos a assistir, denominando de "A Fuga dos Cérebros" são jovens com uma Formação Superior que decidem emigrar à procura de melhores condições de vida e de uma perspetiva de futuro que não encontram no seu país.

 

Isabel Tavares, dirigente da União dos Sindicatos de Aveiro e membro da Comissão Executiva da CGTP-IN, começou por saudar os trabalhadores do sector privado e público, os que têm vínculos efectivos e os que são fustigados pela precariedade, os jovens que lutam pelo direito de poderem viver, trabalhar e realizar-se no nosso país e aqueles que trabalharam uma vida inteira e têm direito a que a sociedade cumpra o dever de lhes assegurar um envelhecimento com direitos, bem como todos os que continuam a lutar pela emancipação social, económica e política, por melhores condições de vida e de trabalho e por um mundo novo, liberto da exploração do homem pelo homem.

Lembrou que 40 anos depois, os brutais acontecimentos do 1º de Maio no Porto e o assassinato de dois camaradas, o ferimento de centenas de pessoas, 58 das quais tiveram de receber tratamento hospitalar e a grande resposta de luta, persistência e coragem dada pelos trabalhadores, numa demonstração que o sindicalismo de classe, a liberdade sindical e a CGTP-IN, não se verga às intimidações, por mais violenta que seja a acção das forças repressivas e as provocações.

 

Isabel Tavares terminou a sua intervenção afirmando que a CGTP-IN, assume as propostas e reivindicações que emergem nos locais de trabalho, com a força de quem trabalha, exige melhores serviços públicos, que o SNS seja reforçado e os cuidados de saúde não faltem, que a escola pública tenha mais meios para garantir uma educação de qualidade aos filhos dos trabalhadores, para que a cultura seja uma realidade acessível a quem trabalha e a toda a população em todo o território nacional, para que seja garantido o direito à habitação, que a justiça não seja uma área de acesso exclusivo dos privilegiados e a protecção social não se transforme em acto de caridade.


No próximo dia 10 de Maio, a Inter-Reformados e o Murpi, irão realizar uma Acção de Luta Nacional descentralizada pelo Aumento real das reformas e salários, considerando que estamos perante uma emergência social que exige que as pensões e os salários sejam aumentados para fazer face ao abrupto aumentos dos bens de primeira necessidade e dos preços em geral.

 

No final, foi aprovada uma Resolução, onde os presentes assumiram o compromisso em torno da luta pela concretização das reivindicações gerais que, num momento de agravamento da situação dos trabalhadores e reformados por via do brutal aumento do custo vida, se exigem medidas excepcionais e imediatas tais como:

 

Ø  Reafirmar a reivindicação de aumento dos salários de todos os trabalhadores em 90€ em 2022;

Ø  Aumentos extraordinários de todos os salários cuja revisão/actualização tenha sido absorvida pela inflação;

Ø  Aumento extraordinário do Salário Mínimo Nacional para 800€ com efeitos a 1 de Julho de 2022;

Ø  Aumento extraordinário de todas as pensões e reformas que reponha o poder de compra, num mínimo de 20€.

Os trabalhadores têm direito a viver melhor e assumem o compromisso de reforçar a unidade, desenvolver a luta e dar mais força aos sindicatos, na luta contra a exploração, as injustiças e as desigualdades, pela erradicação da pobreza, pelos valores de Abril e por um Portugal desenvolvido, justo, solidário e com futuro, num mundo de paz e cooperação entre os povos.

 

Aveiro, 01 de Maio de 2022

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