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União dos Sindicatos de Aveiro/CGTP-IN

 

17 Novembro de 2011

Encontro com a imprensa

1- Considerações

O país está confrontado com a apresentação pelo Governo PSD-CDS, de um novo e agravado programa de austeridade, sem paralelo desde o 25 de Abril.

Esta situação resulta das políticas de direita realizadas nos últimos anos, agravada com o pacto de submissão subscrito pelas Troikas nacional e estrangeira da responsabilidade do PS/PSD/CDS.

Esta política de terra queimada, a brutalidade das medidas que o governo quer adoptar, terão impactos profundos na vida dos trabalhadores e do povo, e representam uma inaceitável regressão social e civilizacional.

 

Por isso a CGTP-IN, convocou uma Greve Geral para 24 de Novembro, contra a exploração e o empobrecimento, por Portugal Desenvolvido e Soberano.

2- No plano económico

No plano económico, o próprio governo assume uma redução do PIB em 2,8%, mas são muitos os especialistas que afirmam que pode chegarem aos 4%.

Este facto tem impactos profundamente negativos em diversos aspectos e designadamente no desemprego, que continua a crescer mesmo no período de férias, uma novidade recente em resultado das políticas em curso.

Só com um crescimento económico superior a 2% é que a taxa de desemprego começa a diminuir por isso o próprio governo assume no OGE para 2012, uma taxa de desemprego de 13,4%, que infelizmente tudo indica que será mais elevada.

3-No plano social

- O OGE para 2012 aprofunda a exploração dos trabalhadores e a transferência de

rendimentos do trabalho directamente para as mãos do capital.

- 7.000 Milhões de euros anuais, era quanto ficaria para as contas bancárias dos patrões se o horário de trabalho fosse aumentado meio hora por dia.

- Já é mais fácil e mais barato despedir designadamente com a redução das indemnizações por despedimento de 30 para 20 dias mês e a fixação máxima em 12 anos.

- É o anunciado roubo de 50% no pagamento do trabalho suplementar.

- A perspectiva do roubo de 4 feriados, com a hierarquia da igreja a assumir aqui um papel inqualificável.

- O ensaio para subtrair os subsídios de natal e de férias, a todos os trabalhadores através da sua inclusão nos 12 meses de salário.

- A ofensiva no sentido de retirar o direito legal e constitucional aos Sindicatos para negociarem matérias essenciais para os trabalhadores, designadamente salários, horários e carreiras, como primeiro passo para destruir os direitos dos trabalhadores inscritos nos contratos colectivos de trabalhado livremente negociados entre as partes.

4- O aumento dramático da pobreza

- Com as medidas anunciadas vamos assistir ao aumento continuado do empobrecimento de milhões de portugueses e do país

- No OGE para 2012, o governo embora assume o aumento do desemprego estima gastar menos com o apoio aos desempregados.

- Prevê um corte estimado de 1.682 milhões de euros nos rendimentos dos pensionistas e 952 milhões nos trabalhadores da Administração Pública.

- Assume a continuação do congelamento das pensões para a esmagadora maioria dos pensionistas.

- Em nome das estafadas medidas de apoio à produtividade e da competitividade das empresas fomenta o congelamento e redução dos salários reais bem como ao aumento do salários mínimo nacional, num quadro em que o custo de vida este ano é já superior aos 3,5%.

- Entretanto o peso dos salários no PIB que era de 59% em 1975, em 2008 já representava apenas 39% .

5- Aumento assinalável do custo de vida

Com o agravamento das taxas do IVA para 23%, em serviços essenciais.

O aumento dos preços de transportes.

O aumento dos preços nos serviços de saúde.

O aumento na electricidade.

O aumento dos custos e redução dos apoios na área sociais do Estado, ( saúde, educação, S. Social).

Chama-se à atenção que segundo INE, já em 2009, cerca de 2 milhões de pessoas viviam em situação de pobreza, apesar de muitos deles receberem prestações sociais.

A situação hoje é pior, porque por exemplo, foi entretanto roubado e/ou reduzido o abono de família, e congelados os salários e as pensões.

Mas se tal como está anunciado, o governo cortar nas diversas prestações sociais, a começar pelo desemprego, estima-se que o número de pobres chegue aos 43,4% (4,6 Milhões, isto é uma enormidade.

6- Para o capital, continua a extorsão e o fartar de vilanagem

- Com os Milhões de juros decorrentes dos empréstimos da Troika.

- Com os apoios e benefícios fiscais.

- Com o sector financeiro e os grandes grupos económicos a arrecadarem milhões de

lucros.

- No primeiro semestre 10 grupos económicos do PSI 20, somaram mais de 2 mil milhões de euros.

- O sector financeiro arrecadou, 2,2 milhões de euros por dia.

- Saíram do país de lucros, dividendos e juros o maior valor de sempre (10.379 milhões de euros.

7-Em conclusão

É cada vez mais evidente que o pacto de agressão e de submissão assumido pelas Troikas, nacional e estrangeira, está:

- A degradar as condições de vida dos trabalhadores e do povo;

- A afundar o país no plano económico e social.

- A comprometer o futuro de Portugal.

- A servir de pretexto para alterar o sistema económico e sobretudo social.

- A hipotecar a democracia e a fazer florescer rápida e em força, tendências objectivamente ditatoriais.

8- A luta: a alternativa permanente

Esta greve geral é contra:

É o roubo/ as injustiças/ a exploração/ e o empobrecimento.

É por um país desenvolvido e soberano.

É em defesa da democracia (vivemos num estado tendencialmente ditatorial)

É um investimento no futuro.

9- A Greve Geral no distrito de Aveiro

O ambiente geral é positivo. A decisão foi unânime no Conselho Nacional da CGTP-IN;

verificam-se já dinâmicas de luta interessantes nos sectores privado e da Administração Pública,

existe indignação e revolta em diversos sectores da sociedade contra as medidas do governo.

Contudo temos também consciência que o ambiente positivo não faz por si só a greve, nem nos resolve problemas bem reais com que estamos também confrontados.

Temos a chantagem ilegítima do patronato com os prémios; elevados níveis de precariedade; os salários baixos; um alto número de empresas sem organização; as chantagens e ameaças do patronato.

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Por outro lado, a metralha oficial contra a greve, por parte do governo e dos “comentadores políticos” tudo indica que vai ser forte e com argumentos diversos, como a situação do país não aguenta greves, entre outros.

Mas temos igualmente um enormíssimo plano de intervenção nos locais de trabalho, que conta já com a realização de mais de uma centena plenários, reuniões contactos à hora do almoço, distribuição de documentos, que nos permite afirmar que o nível de adesão à Greve Geral no distrito, vai ser assinalável, nos sectores privado e público.

Expressão Pública da Greve no distrito

A União dos Sindicatos está a tomar medidas destinadas a dar expressão pública à greve geral em duas perspectivas:

Que os sectores, onde isso for possível, movimentem os piquetes e trabalhadores em greve pelas ruas, zonas industriais.

Com a realização de cinco (Praças de Informação da Greve) nos seguintes locais e horários:

Feira: frente à Câmara Municipal, a partir das 15.00 horas

São João da Madeira: na Praça Luís Ribeiro, a partir das 15.00 horas

Aveiro: Praça Joaquim Melo Freitas, a partir das 15.00 horas

Águeda: na Praça da República, a partir das 15.00 horas

Ovar: Junto ao Tribunal, a partir das 15.00 horas

Aveiro, 17 de Novembro de 2011

Actualizado em (Quinta, 24 Novembro 2011 12:55)